Livro: Cavalheiro Apaixonado - Sally MacKenzie Página 4

... ue iríamos apenas dar um passeio. — Srta. Peterson, eu não nasci ontem. A senhorita me atraiu para este canto escuro por algum motivo. Foi só para roubar um beijo? Será que está tão faminta por atividades amorosas? — Lorde Bennington! — Pois a senhorita não vai me usar para satisfazer suas necessidades. Necessidades! Sua única necessidade naquele momento era sair de perto daquele homem repugnante! — Você escolheu vir para o jardim comigo e agora terá de arcar com as conseqüências. Quando terminar com você, seus amigos e parentes ricos irão implorar que eu a aceite como esposa. — Lorde Bennington, seja razoável. O senhor é um cavalheiro. — Sou homem, srta. Peterson. Imagino que sua irmã a tenha avisado como é perigoso ficar sozinha com um homem em um local isolado. Emma a havia alertado de algumas coisas, e talvez ela devesse ter dado mais atenção a esse assunto em particular. Pelo menos agora iria poupar Emma de lhe dar um sermão, pois a irmã estava em Kent, em companhia dos filhos. Se conseguisse escapar de Bennington, tudo acabaria bem. Já tinha aprendido sua lição. O visconde levou a mão aos cabelos de Meg e soltou alguns grampos, fazendo com que descessem em cascata sobre os ombros. — Lorde Bennington, pare imediatamente com isso! Ignorando-a, ele gemeu e inclinou-se, aproximando os lábios sedentos dos de Meg e entreabrindo-os. A língua deslizou por entre os dentes dela como uma cobra, sufocando-a. E Meg fez a única coisa que poderia fazer. Mordeu com toda a força. Assim que pôde, John Parker-Roth, Parks para os amigos e conhecidos, trocou o calor e o burburinho do salão de baile de lorde Palmerson pelo frescor e sossego do jardim. Como sua mãe agüentava ficar naquele ambiente abafado, carregado de uma mistura de odores de perfumes, cabelos oleosos, mau hálito e suor, estava além de sua compreensão. O caminho foi escolhido ao acaso. O jardim, de Palmerson até que era grande para um jardim na cid ...

de. Se ao menos pudesse ignorar o zunido irritante causado pela mistura do som da música, das vozes que ecoavam de dentro da casa e do ruído que vinha da rua, quase poderia se imaginar no campo. Quase. Será que as mudas que Stephen enviara já tinham chegado? Ele deveria estar em casa para recebê-las, pois não podia nem mesmo imaginar a hipótese de elas morrerem, depois da longa viagem da América do Sul até a Inglaterra, só porque não havia ninguém para prestar os devidos cuidados na chegada. Será que MacGill iria seguir suas instruções corretamente? MacGill era um ótimo jardineiro, mas mesmo assim, aquelas plantas requeriam um cuidado especial. Parks gostaria de estar lá, mas sua mãe insistira em arrastá-lo para a festa na cidade. Ele sabia que o motivo era a maldita temporada, embora a mãe tivesse alegado que era apenas para se abastecer de tintas e para pôr em dia a conversa com suas amigas artistas. Porém, ele não se deixava enganar; sabia que sua mãe queria vê-lo casado. Alguém lhe contara que Palmerson tinha um belo exemplar de Magnolia grandiflora. Agora só faltava encontrá-la. Com um pouco de sorte, poderia estar em algum canto escondido e distante do jardim. Parks seria bem capaz de pedir ajuda à mãe para encontrar a tal planta, afastando-a da mais recente candidata a esposa que ela escolhera. Por que a mãe simplesmente não aceitava o fato de que ele não queria se casar? Já deixara isso claro inúmeras vezes. Será que era algo tão difícil de entender? O fato era que ele não tinha motivos para querer se casar. Não havia um título para passar adiante, e ele estava mais do que satisfeito com a própria vida. Tinha seu trabalho, suas plantas e seus jardins. Tinha uma viúva receptiva na vila. Não que a visitasse com muita freqüência ultimamente. Para falar a verdade, preferia trabalhar em seu canteiro de rosas do que na cama de Cat. As rosas davam menos trabalho. Que barulho era aquele no jardim? Era só o que ...

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