Livro: Algemas de Cristal
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... Copyright: Margaret Pargeter Título original: "Flamingo Moon" Publicado originalmente em 1977 pela Mills & Boon Ltd., Londres. Inglaterra Tradução: Luzia Roxo Pimentel Copyright para a língua portuguesa: 1983 Abril S.A. Cultural — São Paulo. Composta e impressa na Divisão Gráfica da Editora Abril S.A. Foto da capa: Abril Press Digitalização: Palas Atenéia Revisão: Andresa Eve tinha se preparado para enfrentar uma batalha. Sabia que seria difícil recuperar o pequeno Michel, que Raul DuBare teimava em manter praticamente prisioneiro em sua fazenda na França. Mas tudo o que Eve imaginou foi pouco, diante da violência de Raul. Mesmo assim, decidiu lutar até o fim; afinal, o menino também era seu sobrinho. Só não esperava que seu louco coração se perdesse de amores por aquele homem de olhos negros que era seu pior inimigo. Passou a viver num inferno, dividida entre a necessidade de vencer Raul e o desejo de cair em seus braços. Ela, que tinha vindo libertar Michel, estava gora no mesmo cativeiro. E nada nem ninguém poderia salvá-la da destruição! Este livro faz parte de um projeto sem fins lucrativos. Sua distribuição é livre e sua comercialização estritamente proibida. Cultura: um bem universal. CAPÍTULO I Celeste lhe disse várias vezes que não fosse à fazenda. Mas Eve Reston não resistiu. Estava lá agora, embora arrependida. Provavelmente estaria mais calma, se Celeste DuBare já tivesse procurado por ela no hotel do vilarejo. A fazenda DuBare ficava em Camargue, uma solitária e longínqua região da França, onde tudo parecia ressequido e marrom. Não se sentia bem recebida ali e achava que todos a olhavam com desconfiança. Ela tinha deixado o carro na estrada atrás de uma moita, pronto para servir numa fuga rápida, caso fosse necessário. Achou melhor chegar em silêncio. O ruído do motor chamaria imediatamente a atenção naquele lugar calmo. Alugara o carro na agência da ...

Sra. Wood, que também era proprietária do hotel onde estava hospedada. A Sra. Wood administrava todos os negócios do marido depois de sua morte. Era uma mulher muito ativa e se preocupava com os hóspedes, especialmente com Eve, aquela jovem inglesa, que passava o dia inteiro sentada na sala. — Seria bom se desse um passeio, Srta. Reston. Se veio passar férias, não encontrará nada interessante aqui dentro do hotel. Por que não aluga um carro e dá uma volta por aí? Pode ir até a praia. Eve sorriu nervosa, percebendo que tinha despertado a curiosidade da Sra. Wood. — É o que pretendia fazer. Acabo de alugar um carro de sua agência. Não sabia que podia fazer isso na recepção mesmo, por isso não aluguei antes. Vou passear sim, mas primeiro preciso tratar de outros negócios. Virou, de repente, e quase deixou cair às chaves do carro. Estava ansiosa para fazer outras perguntas, aproveitando que a Sra. Wood gostava de conversar, mas desistiu. Tinha pressa de chegar à fazenda DuBare. Agora, respirando fundo, Eve procurava controlar o tremor das mãos. Deu alguns passos. Parecia que não havia ninguém por perto para interromper sua espionagem. Durante um longo tempo observou as casas ao longe. Dali, pareciam empoeiradas e antigas, já quase destruídas pelo tempo. Estava ali há três dias, e ainda não tinha percebido como aquele lugar era solitário. Uma terra rude onde só se viam cavalos brancos, manadas de gado, ciganos e vaqueiros. Mesmo assim, Eve gostou de lá. Sentiu uma certa atração, principalmente pela fazenda. Celeste DuBare nasceu naquela fazenda. Sempre falava dela na escola. Para Celeste, aquela fazenda era uma prisão… uma prisão de onde esperava que Eve a tirasse. Precisava ser muito ingênua para imaginar que uma estranha fosse capaz de libertá-la da própria família. O irmão mais velho, o conhecido Raul DuBare, já tinha sido hostil com ela, antes mesmo de conhecê-la. Tudo porque o irmão mais novo, Domingos, caso ...

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